Durante a pandemia, o uso de telas pelas crianças aumentou em mais de 50%. Mais que uma forma de se distrair, os celulares e tablets foram a solução encontrada para desenvolver as atividades enviadas pela escola.
No entanto, apesar de existirem muitos conteúdos infantis online, os pais já começam a se preocupar com o tempo que os pequenos passam em frente às telas. A restrição de tempo está sendo adotada e é, inclusive, indicada pelos pediatras. Entenda mais sobre essa estratégia.
O que é restrição de tempo de tela
Restringir o tempo de tela é definir um tempo máximo diário para a criança passar em frente ao computador, tablet ou celular. Hoje os eletrônicos são muito usados para deixar os pequenos ocupados enquanto os pais não podem atendê-los, mas é preciso ter cuidado.
Antes dos três anos, o ideal é manter os filhos bem longe das tecnologias, pois isso afeta o desenvolvimento. A partir dessa idade, já vale deixar ver um pouco de desenho na TV ou no tablet, mas poucos minutos por dia, nada de ficar horas e horas vidrado no aparelho.
O que os pais têm feito ao perceber a necessidade de limitar o uso dos objetos é conversar com a criança e definir um horário. Por exemplo, como pela manhã a TV oferece a programação infantil, é possível deixar que o filho assista a desenhos animados por trinta minutos e, depois, ele deve brincar ou fazer as tarefas da escola.
Como as telas afetam o desenvolvimento da criança
As luzes e os ruídos emitidos pelas telas são viciantes. Muitos pais relatam que tinham dificuldades em fazer o filho comer ou se acalmar no carro, aí deixaram que vissem desenhos no celular e tudo se resolveu.
Para os adultos, um alívio; para as crianças, o início de uma vida sedentária e até o desenvolvimento de outros problemas de saúde. No primeiro exemplo, a criança se alimenta porque está distraída, o que também acontece com adultos que comem em frente à TV, mas não prestam atenção ao que estão ingerindo.
No segundo, a ideia é parecida. Os pequenos perdem o foco na viagem e ficam interessados no que o celular ou tablet lhes apresenta. Como tudo isso pode prejudicar o desenvolvimento infantil?
Além de reduzir o tempo disponível para brincadeiras que desenvolvem o senso cognitivo, há a tendência ao sedentarismo com essa prática. É mais “fácil” ficar sentado no sofá ou na cama assistindo àquela programação.
Estresse, ansiedade, dificuldade de se concentrar e irritabilidade são outras questões desenvolvidas quando o uso de telas está em excesso. Ou seja, vale a pena limitar o uso e estimular outras atividades.
Como definir os limites e chegar a um acordo
Com os menores pode ser mais fácil negociar, agora, quando se trata dos adolescentes, os pais podem encontrar certa resistência. O truque está em adotar o hábito para todos da casa. A restrição não pode ser exclusiva das crianças.
Os adultos devem oferecer outras opções de diversão dentro de casa, como papéis e giz de cera para desenhar, jogos de tabuleiro ou de montar, bonecas e carrinhos. Além disso, devem procurar participar da brincadeira, mesmo que por um tempo menor.
Quem trabalha em casa, e consequentemente passa algumas horas no computador e no celular, pode explicar isso para os filhos e, terminado o expediente, focar em outras atividades.
Vale também incluir passeios ao ar livre, levar as crianças para conhecer outros colegas de sua idade fora da escola, nos parques e praças da cidade ou acompanhar no parquinho do condomínio. Quanto mais opções de distração forem oferecidas, mais fácil fica deixar o pequeno cansado, fazendo com que ele aceite deixar as telas de lado.